segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Anjo Negro

Então, ele surgiu.

Lindo como sempre. Um ser da noite. Com seus lindos olhos verdes, cabeelos compridos e ngros como a noite... sua pele clara... seu abraço quente.
Vem para me segurar em seus braços e dizer que está tudo bem por estar ao meu lado... Sempre.
E assim me sinto segura, confortada, feliz.
Sim, com meu Anjo Negro eu me sinto bem.
Mas no fim da noite, sinto-me sozinha de novo. Ele se vai com o primeiro raio de sol. Ele se vai quando abro os olhos e volto a minha vida normal. Então, sigo meu dia com a ânsia de poder ver a Lua surgir no céu, fechar meus olhos e me perder nesse sonho, me deixar levar por essa doce ilusão.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Vazio... Silêncio .


Silêncio.
Um longo suspiro ecoa pelo quarto escuro. Depois... Nada.
Agora, soluços irregulares acabam com a quietude sombria. Aproximo-me da janela observando a chuva cair. Há três dias não o vejo. Desde aquela linda noite estrelada, nunca mais senti seu toque, seu perfume... Seu amor.
Meus olhos o buscam pelas ruas até a linha do horizonte, tento vê-lo... Mas é em vão. Sei que ele pertence à noite, mas por que não aparece? Por que não me tira logo desse estado aflitivo em que me prendi? Sinto-me sufocada com meu próprio choro. Já não aguento mais esse claustro ao qual fui trancafiada.
Disseste que me levaria a um lugar belo, um lugar só nosso, onde apenas a Lua e as estrelas poderiam ser testemunhas de nosso amor.
E eu estou a te esperar...
Não sei se suportarei, pois parece que o vazio tomou conta da minha vida... Só você pode preencher essas lacunas do meu coração... Mas ao menos estás aqui para que eu possa lhe dizer isso.
Tais pensamentos afligem-me de um modo, que só consigo olhar para o céu na esperança de que a chuva cesse e alguma estrela apareça, para que ao menos assim, possa lembrar o brilho de seus olhos... Sem chorar.


domingo, 13 de dezembro de 2009

O Começo

No escuro da noite, apenas uma luz sobrevive, uma luz branca e fria, mas que preenche essa minha alma triste que vaga por ruas estreitas procurando algo que lhe dê algum sentido para continuar a viver, algo que me preencha durante os dias mais angustiosos. Olhando o céu, contemplando a Lua, sinto inveja daqueles que agora podem observá-la e sob sua luz, trocar juras de amor.
E eis que surge ao longe um vulto, que cada vez mais se aproxima, tornando-se mais presente e nítida a sua imagem.
Agora posso vê-lo.
Um ser de pele pálida, olhos verdes como o mar, cabelos tão negros quanto o céu desta noite, lábios tentadores e um perfume delirante. Meu corpo paralisado, rígido, não posso me mover, não consigo mover um músculo, agora começo a tremer, mas não sinto frio... Nem medo. Penso o que ele pode querer comigo, uma garota frágil e melancólica que anda na noite escura por caminhos desertos para se esconder dos rostos famintos de vida que aparecem durante o dia. Um sorriso aparece em seu rosto perfeito. Parece ler meus pensamentos. Sinto minha face ruborizada. Ele se aproxima. Cada vez mais. Um sussurro escapa de seus lábios:“Venha minha doce ninfa... Deixe-me levá-la para o mais lindo lugar que já vistes
Ainda paralisada, sinto seu corpo se juntar ao meu, uma corrente elétrica percorre dentro de mim, então como para selar esse momento, nossos lábios se encontram...
Mas de repente, seu perfume se perde no espaço, abro então meus olhos, o Sol ilumina meu quarto, o dia parece quente, mas apenas sinto frio. Então foi tudo apenas um sonho? Seu conforto, sua imagem, seu abraço, seu aroma, nosso beijo?
Parecia tão mais real.
Mas agora me lembro, ele é um ser noturno, e agora ainda é dia... Por isso não estás aqui. Contudo sei que quando o Sol se puser e a Lua surgir no alto do céu, ele reaparecerá e me levará contigo para bem longe, onde possamos juntos observar a Lua e trocar juras de amor.