sábado, 18 de setembro de 2010

Ich liebe... Dich!

Você pode ver o sorriso em meus lábios?
Pode sentir a felicidade em meu olhar?
Talvez ouvir o que diz meu coração...
Sei que de onde está não pode ver, a não ser em nossos sonhos
Ou nas cartas de amor que lhe escrevo
Sim, meu amor... Estou a lhe sorrir
Estou a lhe dizer...
Sim, meu amor, é sincero o meu querer.
É tão cândido quanto os lírios do campo
Tão apaixonado quanto o perfume de uma rosa
E tão misterioso quanto uma linda lótus.
Assim é o que sinto por ti
Assim é o meu querer
Infinito como o universo
Plácido como o luar,
Intenso como o vento
Encantador como o mar.

Assim é o meu querer
Que me deixa em tamanho torpor,
Sei que estas linhas são tão medíocres
Mediante o nosso amor.

Mas sei que não importa as palavras soltas
Nem os versos que sobram sem rimar
O importante é que vejo
O amor em teu olhar.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Tudo o mais é... Nada.

Estava sem rumo. Via meus sonhos se desmoronarem como colunas de um templo antigo... E ainda sim estavam todos ali. Mesmo que pisoteados e desgraçados pelo tempo. Mesmo que humilhados por teu riso cruel... Estavam todos ali, em seus jazigos onde estava escrita a palavra: Paz. O que seria essa palavra a um coração tão tristonho? Tão cheio de dúvidas quanto aos próprios sentimentos? Não sei responder. Essa parte de mim sonha mais que todas as outras, e assim como dizem que quanto maior o voo maior é a queda, talvez deva ser com os sonhos também. Já que a cada vez que vejo teus olhos surgirem em minhas noites mais agradáveis, ao acordar me deparo com um céu negro e uma tempestade funesta que cai sobre minha casa construída de pedaços de ilusões. As colunas estão ruindo, meu amor... A estrela de meus sonhos está se apagando. E onde você está? Não ouço sequer a música que te embala. Não vejo sequer teus olhos na escuridão... Tudo o mais é vazio.
Os fantasmas do passado me assombram, sim. A ilusão de ter criado uma imagem perfeita está se despedaçando... Não o personagem que criei e sim, aquele em que depositei minhas esperanças, aquele o qual acreditei veemente ser quem tanto procurei insistentemente neste mundo tão cheio de falsos olhares. Não era você enfim, meu querido cavalheiro de olhos mais verdes que o mar... Não era você meu amor ilusório que vinha para me tirar de todas as dores do mundo real. Vejo que o encanto está em estilhaços que não podem ser colados... São tão pequenos e tolos! Traços de um conto de fadas que não deu certo. O príncipe no fim, ao descobrir que a princesa era uma gata borralheira, desistiu de enfrentar a tempestade para entregar o sapatinho de cristal àquela por quem havia se apaixonado. Simplesmente por te-la descoberto após as doze badaladas do relógio, quando a carruagem virou abóbora e o lindo vestido azul voltou a ser trapos velhos de uma alma infeliz. Ela tinha tantos sonhos! Tantos planos para o amor feliz... E tudo o mais são ruínas.
Olhando para a mesma janela na qual vi tua imagem refletida uma vez, pergunto-me se algum dia me passou alguma esperança de que poderia ser real aquele amor que vivíamos... Ou se nosso conto de fadas não estava nem perto de começar. Será que fui tão tola assim, capaz de deixar me levar por uma mentira tão mal contada? Será que a vontade de uma história feliz era tamanha que ao menos me importei com as vírgulas e pontos? E foi o fim. Eu mesma que o determinei. Cansei de te esperar nestas noites tão solitárias. Cansei de tentar decifrar cada gesto, cada palavra, cada código contrafeito teu. Cansei de correr atrás de tuas frases inacabadas, de teu sorriso opaco, de teu sentimento tão vago. O teu ciúme dissimulado, teu abraço tão frio e distante. Tua presença tão ausente. Agora sei que a flor de meu amor não floresceu em teu nome. Agora sei que não subi tão alto na escada dos sonhos por você. Não era tua a imagem refletida em meus olhos naquela noite em que as estrelas caíram do céu... E agora posso enxergar o quão estúpida fui em ter acreditado com todas as fibras de meu coração, que tudo foi verdade. Talvez tenha sido em parte... Ou não.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Butterfly

Estava escuro e frio. Eu andava a sós comigo mesma, nem mesmo minha sombra ousava perturbar meus passos, meus pensamentos e devaneios. Então, na calada de uma senda escura ela surgiu assim, de repente. Chegou sem pedir permissão e já foi tomando conta de meus passos e pensamentos. Seguia-me incansavelmente. Seguia-me como desejos à volúpia. Seguia-me como sonhos ao poeta. Seguia-me, seguia-me... Eu ouvia seus passos e corria como diabo à cruz. Corria porque não queria me deixar levar por uma súbita loucura. Corria porque tinha medo de abandonar meus sonhos. Mas, ela me seguia. E insistentemente me seguia... Desisti de fugir. Cansei de correr. Ela me perseguia e aquilo estava me enlouquecendo de verdade, e embora eu soubesse que ainda poderia me livrar da perseguição eu decidi por enfrentá-la. Afinal, ela não poderia ser tão mais forte que eu... Simplesmente eu a venceria de qualquer forma.
Ah... Como somos tolos diante de tal situação. Como nos tornamos cegos e loucos!
Então parei. Estática e olhando-a firme nos olhos. Via aquela imagem cega aproximar-se e sentia meu corpo ser envolto por luz e sombras, melodias e perfumes, ilusões, fantasias. Ela aproximava-se de mim sorrateira e graciosamente. Mas, tão avassaladora que mal podia acompanhá-la com os olhos. Ela se mostrava tão bela e atraente, no entanto,era ilusão! Só podia ser!
Chegou e encantou-me com sua graça. Eu tinha sido envolta em teus laços sem mesmo saber disso. Então perguntei: - Quem és, realmente, tu? Por que sempre me persegues? Qual é teu nome?
Ela docemente sorriu, sua imagem cega agora tomava belas formas que ainda sim, me é impossível descrever. Ela delicadamente olhou-me com teus olhos de cândida perfeição e proferiu tais palavras:
- Sou aquela que segue os passos te todos aqueles que se deixam fantasias... Sou quem mais persegue a alma dos homens, sobretudo dos poetas. Sou aquela que te oferece o Sol sem lhe mostrar o quão importa as estrelas. Sou quem lhe dá uma mão para reerguer-se e um pontapé para seguires em frente. Sou a quem pode lhe destruir e também lhe renovar. Sou quem lhe refaz ou destroi o coração. Sou a que lhe faz sonhar. Temida e desejada. Chamo-me Paixão.
Assustei-me ao ouvir tais palavras, não sabia que era ela. Ao menos fingia que não. Não podia ser simplesmente. Tanto fugi e agora, ela conseguira alcançar-me e pior, envolver-me em tua graça. O que poderia fazer? Já tinha me deixado levar... E enquanto pude ver tua imagem, ao meu lado ela sempre estava, segurando-me pela mão e mostrando-me o caminho a seguir. Mesmo que temida não era tão má assim. Mostrou-me lindos lugares, cenas fantasíacas com as quais tanto sonhei. E enfim, a um ponto da estrada ela parou e não mais caminhou ao meu lado. Senti um frio e desespero achando que tinha deixado meus passos. Mas, então, ela voltou com um belo cavalheiro de longos cabelos e ricas vestes. Tomava-o pela mão assim como fizera comigo e sorria tão deliciosamente que não pude deixar de sorrir também. O belo cavalheiro prostou-se diante de meus olhos e tomou-me pela mão. E então a Paixão nos deixou. E mesmo assim estávamos interligados por alguma sensação estranha que nos aquecia, nos envolvia em um doce mistério ao mesmo tempo em que tínhamos também receio... Medo talvez. Contudo eu sabia... Em meu íntimo eu compreendia que ela continuava entre nós, mas sob outra forma. A Paixão era como a borboleta de meu jardim. E em sua metamorfose, em todo aquele tempo de caminhada tomara outra forma. Outra imagem de luz. Bela, indescritível e ainda sim um tanto cega. Não a podia enxergar inteira e mesmo assim, eu a via completamente. Não a podia sentir e mesmo assim, sabia que estava entre nós. Entre aquele vago espaço que ficara entre mim e o nobre cavalheiro o qual já tão intimamente conhecia de meus sonhos. Enfim... Realidade. E aquela presença oculta também sentida por ele, eu tinha certeza, era a outra metade dela. Era o último e mais feliz estágio metamorfósico da Paixão...
Porque naquele momento eu sabia que enfim, a lagarta havia se tornado borboleta. Eu tinha certeza que ela havia já aberto suas asas brilhantes tão azuis... E voou. Eu tnha certeza, a Paixão transformara-se em Amor.